24 fevereiro 2012

Atenção! Conta kármica por pagar!

Quero agradecer ao senhor PM pelo serviço que tem prestado. É extremamente pedagógico aquilo que tem feito, demonstrando com exactidão tudo aquilo que é preciso fazer para acabar de lixar um país que já estava suficientemente na merda.
Já agora, obrigada também por me retirar direitos que os seus antecessores que concederam pelo meu trabalho... Oops! Isso não era inconstitucional?

Obrigada também ao Sócrates, agora exilado, por todos estes anos tão enriquecedores... para ele. Sobre este fica tudo dito assim mesmo.

Há que lembrar também Durão Barroso. Esse exemplo de bom "servidor" público. Deu à sola assim que abriu o primeiro dossier.

De Guterres tenho uma memória um pouco mais apagada. Ainda só (?) tenho 31 anos, por isso, quando esta criatura governava (?) a nação, as minhas atenções estiveram, na maior parte do tempo, focadas noutros assuntos. Bem mais interessantes, por sinal.
Não deixa de me intrigar que o facto do homem ter sido visto tantas vezes a falar dos coitados dos refugiados com tanta propriedade, tenha ao que parece apagado da memória de todos os portugueses, mais velhos do que eu, toda a merda que fez.
Foda-se! Só podem estar a gozar.

Antes deste, tivemos a liderar os destinos de Portugal uma pessoa que mastiga de boca aberta. E, para mim, o parágrafo sobre Cavaco podia muito bem acabar por aqui.
Infelizmente, deste já ninguém se lembraria muito, não fosse ter-se dado o caso desta personagem ter chegado a PR.
Outra vez: foda-se! Só podem estar a gozar.



Já acreditei que tudo aquilo que fazemos e desejamos aos outros acaba por reflectir-se em nós, mas a triplicar. Actualmente já não acredito nisso. Mas, para o caso de ser verdade, só espero que estas bestas paguem a sua conta kármica daqui a não muito tempo, e que lhes aconteça aquilo que me está a acontecer, mas a triplicar: que metade das suas famílias seja forçada a viver longe dos que mais ama, num país no outro lado do mundo, pobre e violento, para poder aspirar a dar um futuro minimamente promissor aos filhos e alguma qualidade de vida nos tempos que correm.
Como isto seria a triplicar, eu cá mandá-los-ía para a Lua, apanhar sarna e comer merda durante 5 anos até vir um asteróide e rebentar-lhes com o cu!
Que exagero, não é? Apesar de estar a sofrer por ver, aos poucos, toda a minha família a ir embora para o outro hemisfério, aquilo que eu gostava mesmo era que fossem julgados em tribunal por tudo o que têm feito a um país que tinha tudo para ser um jardim à beira mar plantado. Mas não é.

19 janeiro 2012

(Des) Conforto

Há algum conforto no desconforto.

Tenho frio. Tenho um pequeno e ralo cobertor. Não ajuda muito, mas é o que tenho e já melhora alguma coisa.
Tenho fome. Há um pedaço de pão de ontem. Satisfaz... nos próximos 10 minutos. Mas existe e está lá para cumprir o seu papel. Satisfaz.
Quero sair daqui. Estou entediada. Tenho inúmeras coisas aliciantes, úteis e urgentes para fazer às quais não tenho acesso... AQUI. Mas já faltou mais tempo para a liberdade.

Há um certo conforto no desconforto. É o lado positivo. E precisa-se.

14 janeiro 2012

Ridículo

É só a mim que acontece ir ler coisas que escrevi há uns tempos e sentir-me tão imensamente ridícula? Ao ponto de às vezes chegar quase a corar?

É normal para mim arrepender-me de coisas que fiz e disse no passado sem grandes dramas. Acontece que, quando as coisas estão escritas, inexplicavelmente, quando volto a cruzar-me com elas, apodera-se de mim uma vergonha tão grande como se de repente tivesse ficado nua em plena missa de domingo. Não que frequente missas, mas, ainda assim, seria aborrecido.

E nem sequer estou a referir-me a textos mais "sérios"... Um simples recado; uma curta nota na agenda bastam para ecoar na minha cabeça em loop: "pfff...", "duh!", "que parva!", "olha-me esta...", entre outras.

Pior: quando vou ler textos do blog do tempo da maria caxuxa... isso então é de fugir! Só quero pintar a cara de preto. É uma sensação parecida àquela que temos quando ouvimos a nossa voz gravada e não estamos habituados.

Daqui a uns dias quando ler este post, nem quero pensar.


Desculpem lá. Façam de conta que não leram nada, pode ser?

Espelho meu, espelho meu

Qualquer semelhança é pura coincidência. Ou se calhar não.




Foto: Daniel Rodrigues/Global Images




13 janeiro 2012

Catroga

Ainda não tinha arranjado tempo para escrever aqui umas linhas sobre Eduardo Catroga.
A bem da verdade, talvez ainda não tivesse arranjado coragem, uma vez que, de há uns tempos para cá, cada vez que este nome surge na minha memória vem acompanhado de pêlos púbicos. E convenhamos que juntar Eduardo Catroga e pêlos púbicos no mesmo pensamento é, no mínimo, agonizante.

O que interessa é que o senhor está feliz porque, disse ao Expresso, 50% do que ganha vai direitinho para os impostos. Dá pena.

«Quanto mais ganhar, maior é a receita do Estado com o pagamento dos meus impostos, e isso tem um efeito resdistributivo para as políticas sociais».

Então talvez os 45 mil euros mensais mais a pensão de 9600 que aufere sejam pouco...

E ando eu aqui a perder tempo a escrever sobre um salário tão bonito, entre muitos. Tantos!
Ou seja, a perder tempo com «pintelhos», quando cada vez mais portugueses não têm dinheiro nem para comprar uma gilette para rapar os ditos.

06 janeiro 2012

Ainda o natal

Confesso que ainda me pasmo com a forma como algumas pessoas vivem o natal. De tal forma, que já estamos em dia de reis e ainda aqui ando eu a bater no ceguinho, entenda-se, no natal.
Não sou crítica ao ponto de arrasar com quem ainda acredita no menino jesus. Literalmente! Mas custa-me TANTO receber messagens como estas:

«A todos desejamos um Feliz Natal! Podem contar connosco! Portugal é cada um de nós! Todos nós somos Portugal!»

A minha primeira reacção foi pensar que era uma brincadeira. Mas não.
E é aqui que começa a minha aversão ao natal... Quando se aproveitam da quadra em que todos somos bonzinhos e amigos (not!) para tentar impingir as maiores balelas e os maiores barretes!
Façam-me um favor: parem de ser estúpidos a tentarem fazer os outros de ainda mais estúpidos!


Ainda sobre a mensagenzeca de natalinho...
Há destas também:

«Talvez a crise se prolongue. Talvez a dúvida nos abale. Mas, mesmo assim, continuemos a viver intensamente o gosto de partilhar os afectos, o calor dos encontros, a solidariedade de nos darmos.»

Até fico contente por saber que ainda há pessoas que vivem o natal desta forma.
No fundo como eu já vivi. E aqui admito que se calhar não aprecio esta época por puro ressabianço. É verdade. Mas não gosto. Posso? Posso não ser hipócrita na quadra mais hipócrita do ano?

29 dezembro 2011

2011

Apesar da quadra festiva que ainda se mantém (não gosto), há que dar sinais de vida depois de um coma tão prolongado.
E como é de esperar ser-se alusivo à época nesta época, vou ser alusiva à época e fazer o que muitos fazem na época.

Entre acontecimentos do ano, personalidades do ano, revelações do ano, filmes do ano, músicas do ano, bem/mal vestidos do ano (ufa!) eleitos aqui e ali, 2011 não deu nada que pensar quando se tratou de eleger o que mais marcou os últimos 12 meses.

O que aconteceu de assim tão grandioso?
RENASCI!
Simplesmente renasci!

2011 tem sido um ano muito difícil. Duro.
Mas a vida voltou a ter côr. As atitudes adquiriram um rumo. O sorriso passou a ser de facto feliz. O amor voltou a ser incondicional.



E manter-se-á assim. Para sempre.

22 dezembro 2011

Karmacoma

Está fácil de perceber que o égoïste morreu.
Mentira.
Está apenas em coma profundo há muito tempo.

No outro dia, numa das visitas que, ainda assim, lhe vou fazendo, quase que jurava tê-lo visto a tentar responder aos estímulos. Um leve pestanejar. Um subtil mexer do indicador.
Os prognósticos de evolução deste estado vegetativo em que se encontra, de acordo com os especialistas, são positivos... Dizem que até tem sido detectada alguma actividade cerebral, o que é fantástico por estes dias!

20 março 2008

O marketeer

Este post não representa uma crítica nem uma sátira.

Queria apenas partilhar a minha teoria sobre o sucesso do Tony Carreira, assinalando assim os seus 20 de carreira.
Isto porque já ouvi muitas e nenhuma me convence…

Argumentos mais comuns para o sucesso da carreira do Carreira:
- Humildade
- Voz
- Melodias
- Beleza
- … entre outros que, desculpem, mas não me convencem.

Mas o Tony Carreira tem uma virtude de se lhe tirar o chapéu! É um excelente marketeer! E com todo o mérito!
Este homem de origens humildes e sem grande instrução (pelo menos que se saiba) conseguiu pôr em prática algumas das regras de ouro do marketing actual: criou um produto meticulosamente segmentado para um nicho de mercado; para dar resposta a uma necessidade muito específica do público que definiu como alvo.

Ou seja, foi criado um produto - que é o próprio do Tony -, em que as principais características são: humildade, amabilidade, beleza (esta parte é questionável, mas já deu para perceber que ele conseguiu adaptar a sua imagem aos ideais de beleza masculina das mulheres de meia idade), romantismo… depois aquela vozinha de “sim, querida, faz-me o jantar que eu no domingo levo-te a passear”… e depois mais aquelas letras de “pobre de mim que já sofri tanto, que agora até me contento com uma gordinha como tu, por exemplo, desde que me trate bem”.

Depois, para se colocar um produto no mercado com algum sucesso é necessário fazer crer ao consumidor que ele tem a necessidade de adquirir esse produto.
Nesta parte o Tony não tem grande mérito porque não precisou de fazer nada…
A “fã modelo”, dada a sua idade, teve uma educação predominantemente salazarista, em que, só para citar um exemplo, as moçoilas iam para a escola aprender a cozinhar e a bordar. Por seu lado, aos rapazes, os homens que hoje são os maridos da “fã modelo”, foi-lhes incutido que a mulher está em casa à sua espera com o jantar pronto na mesa a tempo e horas, com um sorriso nos lábios, do tipo… “Olá, queridinho! Não fiz a ponta d’um corno o dia todo, por isso ‘tou aqui cheia de pachorra para te aturar”.

Acontece que FELIZMENTE os tempos mudaram, as mulheres começaram a fartar-se de ser tratadas como meras empregadas, e homens há que não se adaptaram a isso, passando a ser rotulados de brutos.

E é aqui que entra o Tony!!! Ele VALORIZA a mulher!!! Valoriza-a para além das suas performances como dona de casa! Mesmo que seja num tom um bocado a atirar para o piroso, mas isso também já depende do gosto de cada um. Por isso será sempre adorado por estas senhoras com défices de auto-estima e atenção (digo eu).
Parabéns de qualquer forma ao Tony Carreira! Tudo o que conquistou não podia ser mais merecido!


***

Queria só deixar uma nota de rodapé: os tempos evoluem, mas nem tanto as mentalidades.
Muitos homens bem mais novos do que os maridos das fãs do Tony Carreira continuam com a mesma mentalidade. E muitas mulheres também. É triste… Sobretudo porque têm menos desculpa que os que eram obrigados a levar com estuchas machistas-salazaristas na escola.

Fica para um próximo post...

16 janeiro 2008

Fetiche da razão

Escrever qualquer coisa sobre humildade, só por si, revela alguma falta dela.
Desculpem. É um termo cada vez menos utilizado, mas que uso agora (para que me perdoem a arrogância de vos falar sobre humildade) e sempre que julgo ter necessidade. Quase todos os dias e várias vezes.
Por isso, desculpem lá, mas eu vou mesmo falar sobre humildade. Ou sobre a falta dela.

Parece-me que cada vez mais as pessoas têm orgulho nas suas convicções. O que é bom. É sinal de que vivemos num mundo cheio de pessoas seguras de si, que sabem perfeitamente o que querem e o que está certo ou errado.
A parte negativa é quando toda esta segurança se torna um fetiche! Olho à minha volta e acho que as pessoas andam obcecadas em serem donas da razão em regime de exclusividade.

Quando tive Filosofia no décimo ano aprendi que não existe uma forma de ver o mundo, mas várias. E isso é extremamente gratificante! Porque permite-nos aprender qualquer coisa todos os dias. Nem é muito complicado: basta ouvir o que têm para nos dizer. Porque se a ignorância é não saber, não querer saber é mesmo falta de inteligência.
Por exemplo: não é por me parecer que as pessoas se esgatanham por causas como a temperatura atmosférica estar mais baixa ontem que hoje ou o ajax ser melhor que o sonasol, que penso que estou certa. É apenas a forma como me sinto quando vejo que toda a gente discute por causas de relevância questionável… pelo menos sob o meu ponto de vista.
A razão que evoco para esta luta desenfreada pela posse da razão é a falta que temos de algo que nos apimente o quotidiano de rotina. Então, em vez de gastarmos energias, por exemplo, num ginásio ou a fazer o amor, passamos a ter um fetiche dos novos tempos: o fetiche da razão.
A forma como lido com isso é: pôr em causa as minhas convicções; ouvir as dos outros; ponderar… e muitas vezes... SURPRESA!!! Aprendi algo novo! E isso, como disse antes, é muito gratificante!

A Paz ou a manutenção dela não é competência exclusiva dos grandes líderes mundiais. A Paz começa dentro da casa de cada um de nós. E quando aprendermos a ouvir (simplesmente) e (mais difícil) a tolerar os pontos de vista dos outros, a (ainda mais difícil) aprendermos com eles, tenho a certeza (ou não) de que seremos, pelo menos um bocadinho, mais felizes.

Quando chegamos à triste conclusão que talvez estejamos errados ou não totalmente certos, a maior vergonha não é admiti-lo. A maior vergonha é passarmos pelo ridículo de não pedir desculpa.

Ninguém é demasiado pequeno para ensinar. Ninguém é tão grande que não possa aprender.

Desculpem lá…