17 agosto 2007

Tempo

Acabaram as férias.
É uma altura em que o Tempo se depara diante de mim de uma forma mais inequívoca do que em qualquer outra.
Vejo-o na minha vida como um bem, apesar das contrariedades com que por vezes me ataca, como, por exemplo, a idade que vai passando sem que tenha feito algumas coisas que queria já ter feito ou a ansiedade de que algo aconteça.

Este rosto negativo do Tempo não chega, porém, para me fazer odiá-lo. Amo o Tempo. É a entidade mais pura que conheço, a mais reveladora, para o bem e para o mal. Mas sempre para a verdade.

Tem-me feito muito bem, o Tempo. Os erros que cometi, ele não apaga, mas revela-os e amadurece-os para que possa aprender com eles. Aquilo que não foram erros, leva-os consigo para que eu não tenha que carregá-los. É incrível como me consola e me justifica tudo o que faço.
Quanto às coisas boas que fiz, emoldura-as para que eu possa pendurá-las nas paredes da galeria onde vou às vezes.

Percam tempo a viver a vossa vida, porque vale a pena. Mas NUNCA percam o Tempo. O querido Tempo.

Sem comentários: